Igreja Matriz de Paul

A Igreja Matriz do Paul situa-se entre o Largo do Conde do Refúgio e a rua da Igreja, precisamente no centro da vila. O edifício original remonta à segunda metade do século XVIII, inícios do XIX. Foram, no entanto, realizadas obras de restauro por volta de 1940, resultando daí o seu aspecto actual. A fachada principal é simples, com remate triangular, cantarias de granito, cruz de pedra ao centro e dois pináculos de remate esférico nas extremidades.

Interiormente, o corpo da Igreja é amplo, coberto com tecto de madeira, pintado, com nítidas influências italianas.

No lado esquerdo, sob o coro-alto, abre-se um arco simples, de volta perfeita, onde se encontra a pia baptismal. Existem ainda mais duas Pias, trabalhando com grande simplicidade.

Existem três capelas laterais: na da esquerda, com retábulo em talha dourada e marmoreado, encontram-se as estátuas de Santo António e São Sebastião; ao centro a capela da Virgem; a da direita tem fundo pintado, no qual assenta "Cristo na Cruz" e duas figuras de roca.

Lateralmente, destacam-se as imagens da "Virgem Santíssima" e "São José". Ao centro fica o camarim central terminando numa cúpula hemisférica, onde se destaca um crucifixo.

Na talha é usada uma decoração com símbolos eucarísticos (cachos de uvas, parras, pássaros), destacando-se dois "putti", pequenas cabeças de anjinhos, folhas de acanto e o "cordeiro místico" sobre o altar.

Destaca-se ainda na parede lateral esquerda um púlpito, com pintura imitando panejamento e decorado em talha.

A Igreja possui ainda um rodapé de azulejo.

Igreja, com características barroca, apresenta o seu interior riquíssimo, possuindo um apainelamento, com belo espécimen de pintura da arte italiana, invocando Nossa Senhora da Anunciação, orago da mesma igreja e freguesia. É considerada por especialistas o maior quadro pintado existente em Portugal. Dos seus cinco altares evidenciam-se três em bela talha dourada com fino ornamento, assim como as belas e antigas imagens da liturgia cristã. O governo de Portugal considerou a igreja monumento de interesse público, na portaria 550/2014. de 4 de Julho;

Gabinete do Secretário de Estado da Cultura

Portaria n.º 550/2014

A Igreja de Nossa Senhora da Assunção, matriz do Paul, foi provavelmente edificada em finais do século XVII ou no início da centúria seguinte, constituindo um exemplar típico dos pequenos templos paroquiais da época. O interior possui diversos elementos decorativos barrocos, destacando -se a talha dourada em estilo nacional dos altares colaterais, o teto de caixotões e o grande conjunto retabular da capela -mor, e ainda o teto pintado da nave, cujo efeito plástico é complementado pelo silhar de azulejos que a percorre. A classificação da Igreja de Nossa Senhora da Assunção, matriz do Paul, reflete os critérios constantes do artigo 17.º da Lei n.º 107/2001, de 8 de setembro, relativos ao caráter matricial do bem, ao seu interesse como testemunho simbólico ou religioso, ao seu valor estético, técnico e material intrínseco, e à sua conceção arquitetónica e urbanística. A zona especial de proteção do monumento agora classificado será fixada por portaria, nos termos do disposto no artigo 43.º da Lei n.º 107/2001, de 8 de setembro. Procedeu -se à audiência escrita dos interessados, nos termos gerais do artigo 101.º do Código do Procedimento Administrativo e de acordo com o previsto no artigo 27.º da Lei n.º 107/2001, de 8 de setembro. Foi promovida a audiência prévia da Câmara Municipal da Covilhã. Assim: Nos termos do disposto no artigo 15.º, no n.º 1 do artigo 18.º e no n.º 2 do artigo 28.º da Lei n.º 107/2001, de 8 de setembro, e no uso das competências conferidas pelo n.º 11 do artigo 10.º do Decreto -Lei n.º 86 -A/2011, de 12 de julho, manda o Governo, pelo Secretário de Estado da Cultura, o seguinte:

Artigo único

Classificação

É classificada como monumento de interesse público a Igreja de Nossa Senhora da Assunção, matriz do Paul, na Rua da Igreja, Paul, freguesia do Paul, concelho da Covilhã, distrito de Castelo Branco, conforme planta constante do anexo à presente portaria, da qual faz parte integrante.

18 de junho de 2014. — O Secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier

 

O Santuário de Nossa Senhora das Dores

Foi benzido a 7 de Julho de 1957, por sua Ex.ª Rev.ª D. Domingos da Silva Gonçalves, Bispo da Guarda.

Segundo vários jornais da época, calcula-se que devem ter vindo ao Paul alguns milhares de pessoas para participarem na festa.

A Obra — É constituída por uma ampla e extensa escadaria com arcos laterais, derivando para arruamentos ajardinados; um arco principal com insígnias e inscrições; sete capelas distribuídas ao longo da escadaria, evocativas das Dores de Nossa Senhora, com a dimensão de cerca de dois m2 cada, nelas se podem admirar, trabalho em madeira de teca, a vida de Nossa Senhora das Dores, desde o nascimento do Seu Filho até ao Calvário. A cobertura da capela cimeira tem uma imagem da Senhora. Toda a obra é construída em granito fino, muito perfeita, oferecendo um admirável aspecto de conjunto. A escadaria é o Terço do Rosário e cada degrau corresponde a uma Avé-Maria.

No Lameiro da Fonte, Vale do “Munho”, Outeiro da Vinha, nomes atribuídos ao sítio, já existia uma pequena Capela, construída por volta do ano de 1896, e a festa que outrora era feita na povoação passou, em 1909, a ser realizada no local onde hoje se encontra o Santuário.

A origem do culto a N.ª Senhora das Dores é muito antiga. Quando em 1810 as tropas Napoleónicas comandadas por Massena passaram pelas Beiras, este povo, receoso de que algo acontecesse e destruíssem a preciosa imagem que se venera na Igreja Paroquial, retirou-a e foi escondê-la fora da povoação, com um voto de lhe fazer uma festa, caso nada de mal acontecesse, e construir uma capela em sua honra. Quando os franceses foram expulsos de Portugal o Povo reconduziu a imagem em procissão para a Igreja, realizando a festa no 1º Domingo de Julho, data que se mantém.

A primitiva construção foi substituída por uma bela Igreja, inaugurada e benzida a 21 de Maio de 1967 por sua Ex.ª Rev.ª D. Policarpo da Costa Vaz, Bispo da Guarda, com a assistência do representante do Senhor Ministro das Obras Públicas, do Governador Civil do Distrito, Dr. Simplício Barreto Magro, do Presidente da Câmara Municipal da Covilhã, Eng. Vicente Borges Terenas, Director da Urbanização Distrital, Eng.º Alfredo Resende, Delegado do Instituto Nacional do Trabalho, Dr. Ascensão Azevedo, Comandantes da G.N.R. de Castelo Branco e Covilhã, Chefe da Secretaria da Câmara Municipal da Covilhã, Sr. Laurentino da Cunha Martins, Presidente da Junta de Freguesia de Tortosendo, Sr. Jorge Craveiro de Sousa, Presidente da Câmara de Pampilhosa da Serra, Sr. Joaquim Duarte Gavinhos e Professores das Escolas Primárias, autoridades do Paul e convidados. No presbitério, alguns sacerdotes das freguesias vizinhas e da cidade da Covilhã.

Nos terrenos anexos ao Santuário foi construído um “Centro Apostólico”, para a realização de cursos de aprofundamento da fé, retiros, encontros, convívios, acções de formação cultural e de promoção e desenvolvimento humano, etc..

 

A Capela do Divino Espírito Santo

 

Terá sido a Igreja Matriz do Paul primitivo? Sem dúvida, mas não sob o orago de Espírito Santo, mas de Santa Maria. A fonte documental que sustenta esta tese.